sábado, 11 de agosto de 2012

SMS, ou “torpedos”, podem piorar o uso da linguagem?


Mandar mensagens de texto, ou SMS, é uma forma rápida – e muitas vezes mais barata – de enviar pequenos avisos para amigos e para a família. Mas cada vez mais estudos apontam que não se importar com a forma como as palavras são escritas nos “torpedos” pode influenciar os conhecimentos gramaticais das pessoas.

O mais recente desses estudos, feito por Drew Cingel, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA em conjunto com pesquisadores da Universidade de Northwestern, pesquisou as adaptações linguísticas (chamada de techspeak ou “linguagem tecnólogica”) em pré-adolescentes e chegou a conclusão que as abreviações e adaptações usadas em SMS faz com que esses indivíduos passem a confundir cada vez mais palavras chamadas de heterosemânticas, ou seja, palavras similares ou parecidas, mas com significados diferentes. Palavras como “azeite” e “aceite” (para usar exemplos em português), por exemplo, acabam passando desapercebidas para esses indivíduos.

“As abreviações e diminuições das palavras usadas em SMS passa a ‘contaminar’ outros locais onde a palavra escrita é usada. Esses indivíduos lêem e escrevem sem se dar conta dos erros cometidos, como substituição de uma ou mais letras o sílabas. E isso pode ou não influenciar no entendimento deles de um determinado assunto”, explica Cingel, cujo trabalho foi publicado no periódico New Media & Society.

Os dados da pesquisa vieram de mais de 230 entrevistados que responderam diversos questionários sobre o assunto e foram entrevistados para a pesquisa. As idades variavam, mas aqueles que foram mais impactados por esse tipo de tecnologia foram os pré-adolescentes. Os participantes nessa faixa de idade têm acesso à tecnologia, estão iniciando círculos de amizades mais amplos, estão iniciando os contatos para frequentarem eventos sociais e ainda não consolidaram de forma adequada as regras e normas gramaticais cultas ou padrão.

“Mesmo os pais têm parte de culpa nisso tudo. Se eles se comunicam com os filhos dessa maneira, os pré-adolescentes passam a achar normal e não se importarem com os erros. E caso os pais não indiquem os erros, novamente vai haver um reforço de que aquele tipo de linguagem não é problemática em nenhum momento”, dizem os autores.

Além da linguagem, o uso da pontuação também fica muito comprometida diz Singel. Outra curiosidade é que os indivíduos que usam muito SMS também adquirem uma grande dificuldade de saber quando usar ou não letras maiúsculas. “Aos poucos mesmos as mensagens de texto por celular podem começar a ficar ininteligíveis também. Não é incomum saber de pessoas que recebem SMS e precisam ligar de volta para seu interlocutor para saber do que se trata”, diz o autor.

“É bom frizar que, inicialmente, não há problema em usar abreviações ou encurtar as palavras. Os celulares são aparelhos pequenos, difíceis de usar corretamente todas as teclas e a velocidade é importante. Mas não saber diferenciar entre esse tipo de escrita e uma escrita mais correta em outros tipos de ocasião é preocupante”, finaliza.


Fonte:URURAU

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