A cobertura da Rede Globo em relação ao assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira na Amazônia é inteiramente contraditória, carente de lógica e coerência. A mesma Rede Globo que defende as privatizações, teto de gastos e o encolhimento do Estado em geral, reclama da ausência do Estado na região norte do nosso país, para falar mal de Bolsonaro.
A Globo que quer menos policiamento no Rio de Janeiro e São Paulo quer mais policiamento na região norte. Ela quer mais Estado lá, mas critica as nomeações de militares para cargos na FUNAI e outras instituições que atuam na região. Nisso, ela esquece que o Marechal Rondon foi um dos pioneiros de um ecologismo e indigenismo patrióticos. Na verdade, as Forças Armadas sempre foram essenciais para a defesa do meio ambiente e para a integração nacional das etnias indígenas.
Para piorar, é incompreensível a razão pela qual a Globo chama Fernando Gabeira, como "especialista" para comentar o desaparecimento de Pereira e Phillips. Por que ele? Em que medida ele é suficientemente imparcial e técnico para comentar o tema?
Agora, se o problema é a ausência de Estado, não seja por isso. Defendemos o fortalecimento da presença do Estado na região norte do Brasil. Estradas e ferrovias devem ser construídas, novas cidades e bases militares devem ser criadas, precisamos de um projeto de assentamento e distribuição de terras dando incentivos para que cidadãos de outras regiões migrem para o norte. Precisamos ainda fortalecer as instituições e órgãos que atuam na região. Não só FUNAI e IBAMA, mas as PMs, PCs e PFs que atuam na área e ainda outras, o que significa duplicar ou triplicar o efetivo dos servidores públicos desses órgãos.
Para tudo isso, porém, precisamos de grandes investimentos públicos, o que significa que precisamos nos livrar do teto de gastos e dos defensores do chicaguismo econômico como Guedes e companhia. Ademais, como estamos falando em "mais Estado", fundamental nos livrarmos das ONGs que, aparentemente, mais atrapalham do que ajudam. O tema também é instrumental para a integração regional, então queremos mais Estado brasileiro e mais presença estatal de nossos vizinhos. Com isso esmagaremos o narcotráfico.
No dia seguinte, veremos a Globo falando em "Estado demais", "ineficiência", "burocracia", "estatismo", "militarismo", etc. Conhecemos a alma daqueles que tentam vender a nossa por algumas moedas de pratas.
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