quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ato faz prefeitura rever plano do BRT e extinção de linha na área é adiada

Protesto deixou, pelo menos, 13 mil passageiros a pé

Rio - O protesto que fechou a Avenida das Américas e parou o BRT Transoeste, no sentido Barra, por mais de três horas, na manhã desta terça-feira, fez a prefeitura mudar o cronograma de extinção de linhas convencionais de ônibus para a implantação do Transcarioca.

A manifestação começou às 6h30, quando usuários fecharam a via, em frente à estação Salvador Allende, para reclamar contra a falta de ônibus na linha 736 (Cascadura-Riocentro) e só terminou por volta das 10h, quando o Batalhão de Choque chegou e dispersou cerca de 100 manifestantes com bombas de gás. Segundo o operador do BRT, 70 veículos ficaram parados por causa do bloqueio, prejudicando 13 mil passageiros.

Pelo plano de implantação do corredor Transcarioca, que prevê a substituição de linhas convencionais por alimentadoras do sistema BRT, a 736 deveria ser substituída, nas próximas semanas, pela 931A (Curicica-Recreio). Entretanto, após a manifestação, o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, explicou que a 736 será mantida após o início da 931A por pelo menos duas semanas para que a população se acostume às alterações.

A secretaria também anunciou que multou o consórcio Transcarioca, responsável pela linha 736, em R$ 1.300 por causa da diminuição de frota. Segundo Sansão, a linha deveria operar com, no mínimo, 12 veículos e tinha, ontem, apenas cinco. Ele sustentou que essa redução, sem autorização da prefeitura, pode ter sido realizada pela empresa por causa da perda de receita gerada pelo funcionamento do BRT Transcarioca. “Cerca de 60% do trajeto da 736 já são cobertos pelo BRT Transcarioca, o que provavelmente derrubou o número de passageiros da linha convencional”, disse o secretário.


Conceito do BRT prevê substituição
Apesar das críticas de alguns usuários, o conceito do sistema tronco-alimentador do BRT é considerado por especialistas a solução para melhorar o tráfego. O benefício ocorre ao se extinguir as linhas de coletivos sobrepostas e implantar um corredor expresso de alta capacidade, abastecidos por ônibus alimentadores do sistema.

Os especialistas alertam, no entanto, que é preciso cuidado para implementar as linhas que vão levar os passageiros até o sistema BRT, que já tem hoje, no Rio, 250 mil passageiros por dia. “O transbordo para o BRT tem de ser facilitado com a boa frequência das linhas alimentadoras. A prefeitura tem de fiscalizar”, alertou a professora de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da UFRJ Eva Vider.

Para o especialista em Sistemas de Transportes da Universidade Federal Fluminense (UFF) Aurélio Lamare Murta, a implantação do BRT foi feita de forma incompleta. “O BRT ganhou importância, mas se vê que o sistema, como um todo, não está sendo alimentado. É preciso montar um planejamento para identificar os possíveis deslocamentos que são feitos pelo público”, explicou.





FONTE: ODIA

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