sábado, 22 de setembro de 2012

O mapa eleitoral de Garotinho no estado


Escândalos: Farras de Cabral em Paris com Cavendish, da Delta
22/set/2012
  • Prejudicado: Eduardo Paes sofre reflexo dos escândalos
  • Escândalos: Farras de Cabral em Paris com Cavendish, da Delta
Prejudicado: Eduardo Paes sofre reflexo dos escândalos
Da Redação
O deputado federal e presidente estadual do PR no Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, espera eleger suficiente quantitativo de prefeitos nas eleições de 2012 e provocar um fato político capaz de cacifá-lo (e a seu partido) para a disputa das eleições de 2014, quando pretende retornar ao Palácio Guanabara. Em 92 municípios fluminenses, a projeção é a conquista de pelo menos 35 prefeituras, entre elas em cidades importantes da Região Metropolitana do Grande Rio, Vale do Paraíba, Norte/Noroeste Fluminense e Região dos Lagos.
“Podem anotar que o PR vai ter uma vitória expressiva nas eleições municipais. Já estamos na frente em mais de 25 cidades e esse número deve chegar a 35 até o final da campanha. Junto com os nossos aliados devemos chegar a 40 ou 45 prefeituras”, disse o ex-governador. Na semana passada, Garotinho divulgou em seu blog os nomes dos candidatos a prefeito nos municípios do estado do Rio, incluindo a capital, os do PR, os aliados, e os que estão alinhados com a política do governador Sérgio Cabral, recebendo o apoio do PMDB e do PT.
Em todos os 92 municípios, o PR tem candidaturas próprias, ou de partido aliado. Em alguns casos, os republicanos abrem estrategicamente mão da cabeça de chapa e entram com indicação de um candidato a vice. Como foi o caso da disputa pela prefeitura da capital, onde Clarissa Garotinho compõe a chapa encabeçada por Rodrigo Maia. “Existem casos onde estamos apoiando candidatos, que no plano estadual seus partidos compõem a base de Cabral, mas que na esfera municipal enfrentam os candidatos com apoio da máquina estadual. Assim vocês ficam sabendo quem é quem em cada município”, declarou.
Além do crescimento de sua candidatura, reforçada pelos resultados de pesquisas que o apontam com amplas possibilidades de voltar a governar o Estado do Rio, com 44% das intenções de voto, Garotinho se encontra munido de aferições em algumas sondagens que apontam queda na avaliação do governo Sérgio Cabral.
Garotinho espera fortalecer sua musculatura eleitoral com olho em 2014 com o simbolismo de uma vitória em Campos, sua cidade natal e berço político, a partir da eleição de sua esposa, a prefeita Rosinha Garotinho (PR), que se encontra em posição bem confortável nas pesquisas, com mais de 60% das intenções de votos, se a eleição fosse hoje. A possibilidade de vitória no primeiro turno é real.
Forte no Grande Rio, onde o adversário está na dianteira
No Grande Rio, a força de Garotinho é inegável. Foi o deputado federal mais votado da história do Rio, com maioria de votos também na capital, onde ainda aposta que haja um segundo turno, embora a larga vantagem do prefeito Eduardo Paes (PMDB), acima dos 50% da intenção de voto.
Em São Gonçalo, a segunda cidade mais populosa do Estado, com 1 milhão de habitantes (só perde para a capital), Garotinho aposta na eleição do deputado Neílton Mulin (PR) e também na vitória do deputado Altineu Cortes (PR), em Itaboraí, município de 250 mil habitantes, mas que adquire importância estratégica a partir da implantação do Comperj, com previsão de concentração populacional de 1 milhão de habitantes para nos próximos 10 anos.
Na Baixada Fluminense, área de grande densidade eleitoral com perto de 4 milhões de habitantes, onde Garotinho tem forte penetração, estão as chances de melhor desempenho do grupo liderado pelo ex-governador. Na avaliação do ex-deputado federal Geraldo Pudim, coordenador de campanha do PR, Garotinho pode ampliar seu poder de influência e transferir seu prestígio para os candidatos naquela região.
Em Duque de Caxias, São João de Meriti, Mesquita, Nova Iguaçu, os quadro não são avaliados diferente. Na Região dos Lagos e na Serrana Garotinho também vê boas chances, bem como no Sul Fluminense e Costa Verde. No Norte/Noroeste Fluminense, os planos do presidente estadual do PR também estão na linha do otimismo.
Sempre bem informado sobre tendências
Como ex-governador e principal liderança de projeção nacional no Estado, Garotinho tem suas fontes e se mantém sempre muito bem informado sobre os rumos e tendências em todos os municípios fluminenses. Trabalha com base em sondagens e pesquisas e conhece pelo nome ou apelido as principais lideranças em todas as regiões e municípios fluminenses, seja na capital, Região Metropolitana ou interior.
O parlamentar sabe perfeitamente quem se encontra em ascensão e queda, bem como acompanha os índices de rejeição de cada um. Além da tribuna na Câmara dos Deputados, Garotinho faz das mídias sociais uma poderosa trincheira onde dispara denúncias em série tendo como principal alvo o governo Sérgio Cabral e suas escandalosas práticas de corrupção, quase sempre munido de farta documentação e evidências claras do envolvimento do governador, assessores e secretários.  “Tenho feito o papel que deveria ser cumprido pela mídia no Rio de Janeiro, que está toda ela corrompida. Se o carioca ou fluminense quiser saber dos escândalos e de tantas coisas inacreditáveis que ocorrem no Rio só lendo o meu blog ou alguns jornais de São Paulo. O silêncio da imprensa do Rio é vergonhoso”, denuncia.
Em seu super acessado blog, Garotinho mirou as “relações íntimas e suspeitas” de Cabral com o empreiteiro Fernando Cavendish, reforçadas por escandalosas imagens onde o governador aparece dançando “na boquinha da garrafa” com secretários ao lado do investigado dono da Construtora Delta, em farras e convescotes de luxuosos restaurantes de Paris, com direito a guardanapos na cabeça. Assim, Garotinho viu Cabral mergulhar numa crise até despencar na avaliação de cariocas e fluminenses a um grau de desmoralização jamais ocorrido a um governante do Estado.
“Avaliação de Cabral continua caindo em diversas cidades…”
“Concluímos mais uma rodada de pesquisas de opinião nas principais cidades do estado para medir a temperatura das eleições municipais. A lei eleitoral só permite divulgação de pesquisas para prefeito, com registro, mas posso adiantar que a avaliação do governo Sérgio Cabral continua caindo especialmente nas cidades maiores, e já é crítica na região que compreende São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, chamada pelos pesquisadores da Periferia Norte. Nessa região sua reprovação supera 60%. A aprovação não chega a 30%”, observa.
Garotinho confia na memória do eleitor. Deixou o Palácio Guanabara a bordo de confortáveis índices de aprovação, tendo sido apontado pelo Datafolha como o melhor governador do País. Tanto é verdade que elegeu Rosinha Garotinho em primeiro turno, algo inédito na história política fluminense.
Depois, lançado candidato à presidência da República, Garotinho cravou 15 milhões de votos em sua primeira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto. Também foi responsável pela eleição de Cabral que, segundo afirmou, o traiu antes de tomar posse.
Em campanha para eleger o maior número de prefeitos, entretanto, Garotinho não abre mão de estratégias para manter fixa e consolidada sua imagem junto ao eleitorado. Para acompanhar o ex-governador, é preciso pique e disposição de atleta. A cada dia, é capaz de percorrer nada menos que oito a nove municípios do interior para prestigiar as convenções de aliados. Além da campanha nas ruas, também ministra cursos e palestras. Em um dia, vai a várias cidades de uma mesma região.
Certeza de estragos causados por denúncias
Garotinho não tem dúvidas dos estragos que suas denúncias causaram em Cabral, que segundo ele, não resiste a alguns minutos de debate, pois não consegue explicar a origem de seu imenso patrimônio e o pântano instalado em seu governo.
Enquanto Garotinho trabalha com desenvoltura para eleger seus candidatos, Cabral mantém uma postura constrangedora na campanha. Arredio no contato com a imprensa foge dos repórteres e se mantém acuado na disputa. Esta semana, o portal do Jornal do Brasil publicou uma matéria que bem retrata o atual momento do governador, com o seguinte título: “Cabral banido da eleição na capital”, reproduzido no blog do próprio Garotinho.
O jornalista Marcelo Auler, da Uni Brasil, escreve que por conta do seu envolvimento com Fernando Cavendish, o governador praticamente se viu banido na eleição municipal na capital do Estado. Não há candidato da base governista que tenha se apresentado com o seu apoio, ou mesmo relacionando-se ao seu governo, diz a matéria.
Por enquanto, continua o texto, Cabral se limita a fazer campanha em algumas cidades no interior do estado, onde a sua imagem não ficou tão queimada como acontece no município do Rio.  Por três vezes, Cabral anunciou presença em Campos para participar da campanha do candidato Makhoul Moussalem (PT), mas em todas cancelou a viagem em cima da hora. Em Itaperuna, furou duas vezes. Ele tem travado quebra de braço com o grupo político de Garotinho, seu principal opositor e responsável pela divulgação das fotos dele em farras com Cavendish em restaurantes franceses.

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